terça-feira, 12 de agosto de 2008

"Carta ao meu filho Mateus" - Junho 2008

" Dois meses que você foi-se desse plano.
Pedi muito a Deus a todos os instantes que te desse conforto, não aguentava mais vê-lo sofrer, você é o meu anjo, minha estrela, minha luz, sei que lutou para viver, aprendi muito com você,
aprendi que a felicidade está em pequenos momentos, na recordação de
num olhar seu que me enche de alegria e de consolo até hoje quando lembro do seu rostinho.
Meu choro se transforma em meu sorriso quando lembro
dos seus que por muitas vezes me alegraram e me confortaram.
Como pode um ser tão pequeno irradiar tanta coisa boa.
Não sei onde vivi, acho que em outro planeta pois nesses 33 anos nunca senti tantas emoções como nestes dias desde o momento que
descobrimos que você viria.
No ambiente da UTIneonatal... ,
quando subia as escadas, duas vezes ao dia, todos os dias sem falta, sentia aquele cheiro caracteristico e me dava um aperto no coração
e conforme entrava e me aproximava da encubadora, sentia um medo tão grande, uma angustia que não cabia dentro de mim que só termina ao vê-lo, e recomeçava quando as médicas vinham em minha direção
contar o seu dia, naquele momento parecia que tudo ao meu redor sumia, e sempre com uma oração procurava forças em Deus para poder continuar acreditando que aquele momento iria passar.
E se você tinha uma melhorinha sequer... uma luz acendia em meu coração. Quando as coisas não estavam tão bem, procurava pensar que era uma fase e que ia passar. Olhava para ti cheio de fios e tubos,
maquinas que apitavam sem parar, meu coração ficava em pedaços, jamais imaginei passar por tudo isso, parecia um pesadelo...Na maioria das vezes, engoli as lágrimas pois não queria que você me visse triste, queria sempre te passar o melhor de mim.
Daria naqueles momentos qualquer coisa para ve-lo melhor.
Me fez aprender que as melhores coisas o dinheiro não pode comprar, um sorriso, um olhar, um aperto de dedo...ah éra tão bom te sentir agarradinho no meu dedo.... aprendi também a ter paciência, que cada um tem o seu tempo, a torcer por cada grama que ganho, uma chuva, um sol,
uma flor,um amigo, um telefonema, uma mensagem, o cantar de um pássaro.... a ter esperança de que o amanhã será melhor mesmo vendo que o hoje está péssimo, e a ter Fé . Acho que somente agora aprendi essa palavra, FÉ.
Nunca rezei tanto, nem acreditei tanto em Deus, pois você Mateus antes de ser meu filho é filho Dele e tenho certeza que
Ele fez com que você não sofresse mais do que estava sofrendo e a nós também, como tanto pedi. Eu acredito Nele, e acredito em você meu filho, sua força interior, você meu guerreiro.
Eu que tanto quis você para te cuidar, agora tenho um anjo para velar meu sono. E aquela frase que eu sempre te falava todos os dias, depois das nossas conversas, continuo falando nas minhas orações:
_- Mateus, mamãe te ama muito, viu! Muito mesmo !"

(escrevi essa mensagem no dia 06 de Maio de 2008)

ABRIL DE 2008

Os médicos falavam do estado gravíssimo do meu filho eu tentava não ouvir. Hemorragia Intracraniana, comprometimento de parte da massa cefálica entre outras intercorrências. Em cada visita, um parecer médico com uma surpresa diferente. Mas eu procurava não me abalar. Cada vez que o telefone tocava era desesperador (dormíamos grudados a ele). Descobri que não sou cardíaca.Mas o Mateus não podia sentir que eu estava desacreditada, pelo contrário. Eu tinha que passar para ele minha fé, minha esperança. Era o meu pequeno grande homem. Meu guerreiro. Só Deus sabe o que passamos. Nesse momento resta-nos acreditar que só Ele pode tudo.
Muitas pessoas acompanharam todo o período de internação. Nessas horas que sentimos o quanto somos bem quistos. Mensagens e telefonemas de apoio eram diários. E sempre eu respondia com a máxima confiança: Ele está melhorando com a Graça de Deus. Os dias foram passando e o quadro foi se agravando. Pedi a Deus que fizesse o melhor para ele. Nesse momento não podemos ser egoístas. Não queria ver meu filho sofrendo. E sei que Deus fez o melhor para o Mateus naquela noite de domingo quinze minutos antes de levar o pequeno Bernardo também.
Os dois anjinhos foram brincar juntos no céu :(

(* dia 06 de abril*)


É um mister de sentimentos quando toco nesse assunto. Sinto muito, mas é o máximo de detalhes de quase 3 meses de UTI neonatal que sou capaz de contar. Não desejo à ninguém passar por essa experiência. Muitas coisas tristes aconteceram. Mas prefiro ficar com os momentos bons e mais intensos da minha vida e é só fechar os olhos que me lembro daquele rostinho lindo que eu vi terminar de se desenvolver fora do meu ventre. O peitinho que foi aparecendo, as unhas, os cílios e a sombrancelhas nascendo. Tanto cabelo! Todo arrepiado... Que menino lindo !!! Ah...até as bolinhas do saquinho desceram...já era um mocinho. E olha, todos que o conheceram garantem que era a minha cara. Nossa, ouvir isso era o máximo.Não foi fácil passar pelo Dia das Mães. Eu queria sumir. Não agüentava mais ver comerciais de lojas e propagandas e outdoor, jornais, revistas, mulheres grávidas...ufaaa....foi a semana mais longa até então. Parecia que não ia passar nunca. E com essa data sempre vem outras que balançam um pouco. Por mais forç que temos, somos seres humanos passíveis de sentimentos. Porém procuro ter sempre comigo as lindas recordações e paro para pensar que de repente nem era para eu conhecê-lo. Que ele poderia nem ter nascido, ou sabe se lá qual era a missão dessa criança, sei lá.... Deus me deu um presente maravilhoso!!! Ele será nosso eterno bebê e eu senti o que é ser mãe

UTI NEONATAL

Eu tirava o leite 4 vezes o dia que ele tomava na sondinha- chegou a tomar 18ml a cada 3h (procurava ficar calma pois tinha medo que o leite pudesse secar), esterelizava os potinhos e levava duas vezes ao dia quando ia visitá-lo junto com um pacotinho de fraldas (a visita era de 30 min - 15 para mim e 15 min para o Claudio e às vezes a noite eu dava a minha vez para os avós e tios). TODOS OS DIAS desde seu nascimento eu estava lá do lado do meu bebê. Segurava seu dedinho, fazia muito carinho. Lembro com clareza as vezes que ele dava aquele sorrizinho de lado. Aiii que saudade... Eu e o Cláudio rezamos muito. Não lembro de termos rezado nesses 15 anos juntos alguma vez. A cada fim ou início de uma visita, íamos para a Capela do Hospital, ajoelhávamos e fazíamos nossa oração - o Mateus veio como uma chama para acender nossa fé que estava adormecida.
Choramos muito também .... Mas ao lado dele, procurávamos não fazê-lo. Me lembro de ter chorado ao lado da isolete (encubadora) pouquíssimas vezes. Uma delas foi na primeira vez que o vi e quando já estava num estado bem grave.
Nós íamos vê-lo para cantar (o Cláudio em todas as visistas ficava de joelhos cantando e conversando com ele)...fazer carinho, rezar....

Uma amiga me falou para sempre rezar o Pai Nosso e Ave Maria, fazendo ao final uma cruz em sua testinha. E eu fiz, sempre com uma fé que me fazia acreditar que ele sairia dali, por um milagre divino, mas sairia. No dia do aniversário do Cláudio, eu queria fazer uma surpresa. Pedi para as médicas que deixassem ele pegar nosso filho no colo. Eles autorizaram e para minha felicidade, eu também pude segurá-lo. Ele havia feito 1 mês. Era a 1ª vez que sentia meu filho tão perto depois que saiu da minha barriga. Tremia muito, saímos de lá pisando em nuvens de tanta felicidade. As demais coisas da vida já não tinham tanta importância, tudo era tão pequeno comparado àquele sentimento.
Depois de uns dias, chamamos o padre para ir até lá na UTI e Batizamos o Mateus no Domingo de Ramos. Os padrinhos não puderam entrar, que seriam meus cunhados, o Carlinhos e a Lucinha. Então foi um casal, Rose e César que por obra do destino, na mesma situação que nós, estavam batizando seu filho, O Bernardo que era amiguinho do Mateus. Acabamos virando compadres e amigos até hoje pelo destino não tão esperado.

O PARTO

Na manhã seguinte meu marido conseguiu entrar em contato com as psicólogas que estavam dando o curso de gestantes e conseguimos através delas um quarto e também conhecer o médico chefe da obstetrícia do hospital. Aí explicou o que todo dia passaria um plantonista para me examinar.
É, nem sempre as coisas acontecem como a gente planeja. Tantas dúvidas para eu enfim decidir quem faria meu pré-natal e na hora que eu mais precisava de um médico de confiança, estava sozinha. Eu olhava para minha barriga, não acreditava, ela murchou! Dava atépara veros contornos do bebê. Eu deveria ficar internada de repouso absoluto pois havia perdido praticamente todo o líquido, fazer ultrasons diários, controle dos batimentos cardíacos do bebe e ainda torcendo para segurar o máximo possível. A torcida era para que eu ficasse internada por meses...Mas como eu disse, não adianta, não temos o controle de tudo que acontece conosco.
Na noite do dia 18 de janeiro pedi para minha mãe dormir comigo e para o Cláudio ir até nossa casa. Foi só ele sair do hospital que comecei a ter umas cólicas. Sismada, iniciei a contar os intervalos entre elas. Iam diminuindo. Eram contrações. Pedimos para a enfermeira chamar o médico plantonista e ele constatou a dilatação.... ele ia nascer. Tinha acabado de completar 28 semanas, prematuro extremo. Só em ouvir essa palavra me dá arrepios. Fiquei na sala dp pré-parto bem tranqüila....rs...juro! O Cláudio chegoue ficou ao meu lado o tempo todo. Ele segrando uma mão e minha mãe a outra. Virei aquela noite tendo contrações, que não foi tão ruim como falam... Antes de engravidar, comentava que o marido deveria assistir o parto ou ao menos ficar ao lado da esposa. Mas o Claudio não estava preparado para isso, não era seu perfil. E quando engravidei, não falei mais nada pois isso deveria parir dele e eu respeitava a sua vontade. Era capaz de dar mais trabalho do que eu na hora do parto. Mas próximo da hora H, ele demonstrou vontade de continuar do meu lado mas foi então que o médico informou que ele não poderia assistir ao parto, pela gravidade. Tomei a anestesia (Raqui) e foi Parto Normal. Escutei um miadinho....
Nasceu dia 19 de janeiro de 2008. Me mostraram o Mateus rapidinho pois precisava de muitos cuidados. Prematuro extremo...

A GRAVIDEZ

Minha única aparição em público com barrigão de fora...hehehe
Eu com minhas primas Lú e Vê em Peruibe nas férias de janeiro/08.
Então foi assim que as coisas estavam caminhando... foi uma gravidez muito tranqüila... curtimos minha barriguinha crescendo a cada dia. Já estava ficando incômodo dormir de bruço. Agora tinha que acostumar a dormir de ladinho. Desde o início imaginava que seria um menino.
Tudo que era relacionado a decoração, roupinhas, enfim....O verde e o azul era o que mais me agradava. Ah...e como chupei laranja !!! Não tive enjoos mas tudo que era doce, para mim parecia maisss doce... Agora, coisas cítricas era comigo mesmo. E lá estava o nosso Mateus. Cada Ultrason, uma alegria. Lindo, um milagre de Deus. Que felicidade. Até no meu aniversário, 13 de novembro, quem ganhou presentinhos foi o Mateus... O melhor aniversário da minha vida. Poder dividir com a família e amigas tanta coisa boa. O Natal então, nem se fala... muita alegria. Aproveitamos essa época para pintar o quarto, comprar os móveis... enfim ...estávamos nos preparando para a chegada do nosso príncipe. Janeiro eu estava de férias e logo depois das festas, terminei o enxoval. O Chá seria no niver do papai Cláudio, 23 de fevereiro. A idéia era fazer um big churrasco aqui em casa. Comprei uns colantes de bichos (lindos) para o convite que nós mesmo bolamos. Enquanto isso minha mãe preparava roupinhas de tricot e sapatinhos de croche para montar um chaveirinho e dar de lembrancinhas. Iniciamos um curso de gestante do Hospital que o Mateus iria nascer ainda em janeiro. A primeira aula era só das mãezinhas por isso fui sozinha. Na 2 ª aula, era o casal (dia 15 de janeiro, numa terça-feira).
Uma delícia ! primeiro conversamos todos e depois começou um suave relaxamento. Ao terminarmos a seção, ao som de passarinhos, senti-me um pouco úmida. Fui para casa mas percebi que as coisas não estavam legais, e voltamos ao Hospital. Minha bolsa havia rompido. Estava na 27 semana de gravidez.
Fui internada na hora. Procurei manter-me calma (e consegui !). O hospital entrou em contato com minha médica e ela iria viajar no dia seguinte. Ela passou os contatos de outros dois médicos mas esses nem tomaram ciência do que estava acontecendo. Não quiseram assumir meu caso. Foi uma noite sórdida sem saber a quem recorrer e nem sabia direito o que estava acontecendo. Passei a noite acordada. Minha cunhada ficou comigo (tadinha, sentada numa cadeira). O Claudio não pode ficar no quarto pois era enfermaria. Os leitos particulares estavam lotados naquela noite (mudança de lua, já viu, né?!?)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

"O BETA QUANTITATIVO "

Agosto 2007 - 2ª parte

No dia seguinte, 5ª feira, 09/08/07, estou eu de novo no laboratório para tirar mais um pouquinho de sangue (dessa vez, no local de sempre!). E ainda descobri que custa R$30,00 ESSE EXAME E NÃO PRECISA DE PEDIDO MÉDICO.
Se eu soubesse tinha poupado a caneta da médica do hospital Ana Costa – aquela grossa . Se ela foi assim comigo deve ser com muitas outras mulheres.
Já em casa, de minuto a minuto entrava na Internet para ver se já constava o novo resultado. E ele estava lá:
REAGENTE !!!!




Dei um grito de felicidade....chorei de alegria. Sabe que escrevendo aqui estou até chorando novamente. Foi uma sensação maravilhosa!!!! Eu acreditei e ACONTECEU !!!!!! Contei para minha médica e para minha mãe. Também para algumas amigas muito próximas e só. E o Cláudio? Não contei não...rs.
É porque faltavam só 3 dias para o dia dos Pais. Queria fazer uma Big Surpresa. Esse seria o “DIA D” contar...hehehe.
Marquei uma consulta já do Pré-natal e saí do consultório pisando nas nuvens. Eu estava Grávida!!!! Olhava a Carteirinha que ganhei do médico ainda meio sem acreditar. No sábado, boca de siri. Fomos na Festa de São Lourenço. Acompanhei a procissão com vontade de chorar de alegria a todo momento, agradeci muito a Deus.
Domingo, Dia dos Pais, dia 12/08/07 antes do povo chegar em casa aconteceu uma coisa muito engraçada e curiosa. Acordei e deitei no sofá. O Claudio veio com ar de ponto de interrogação contando um sonho que havia tido aquela noite. Ele me disse que no sonho eu estava grávida e que todo mundo sabia, menos ele....dei risada....Nesse momento eu quase contei pois até pensei que ele tinha achado o resultado do exame. Mas me segurei...faltava pouco....Confesso que fiquei com a pulga atrás da orelha. Foi aí que descobri que homem também tem um sexto sentido bem apurado.

Família toda reunida em casa e o Cláudio fazendo uma deliciosa Paella, acho que a melhor de nossas vidas. Pais, sogros, vó, cunhados, sobrinhas. Momento de festa e alegria. Antes de almoçarmos, todos em volta da mesa, anunciei que era hora das lembrancinhas.
Deixei a máquina fotográfica na mão da Lucinha, minha cunhada, e disse: "Fotografa tudo que vou buscar os presentes".
Entreguei do meu pai, do meu sogro e pedi para minhas sobrinhas Carol e Bia de 7 anos entregar uma caixinha linda para o tio Cláudio.
Ele ficou meio sem saber o que estava acontecendo mas como somos padrinhos de uma delas até achou que fosse uma lembrancinha de consideração...tolinho !!!! Quando ele abriu, estava a carteirinha do pré – natal, o resultado do Beta que coloquei uma borda de mamadeiras e chupetas e um macaquinho de bebê. Ali, só minha mãe sabia...foi um silêncio só. Minha vó se abanando, minha cuhada com a máquina fotográfica e estática (não tirou nenhuma fotinho de momento ....rs). Enfim, foi um longo silêncio até cair a ficha do povo. Brindamos, comemos e rimos muito, aliás o sorriso e o brilho dos nossos olhos poderiam iluminar quilômetros de distância... O Cláudio ficou tão emocionado...Foram até buscar um copo de água com açúcar para ele.Também, não era para menos. Estavam por vir os 6 meses mais felizes de nossas vidas.

Revellion 07/08 na Praia - Barraca do Vasquinho....

*** só Felicidade !!! ***

???? INCONCLUSIVO ???

Agosto 2007 - 1ª parte

Nesse período não tocávamos no assunto Beta. Muito carinho com a barriga e só. Tanto que quando chegou o dia do exame o Cláudio nem comentou nada pois estava meio perdido no tempo...
Na 2ª feira, dia 06/08/07 resolvi fazer num laboratório diferente das outras vezes. Quando peguei o resultado, não acreditei: NEGATIVO. Não podia ser !!!
Só que como eu havia mudado de laboratório, uma coisa me chamou atenção.
Os parâmetros eram diferentes e não tinha dado um valor de referência como antes.
Tipo: antes, os outros eram sempre menor que 0,1 (não me lembro bem se era isso) mas o que importa era que tinha dado um valor que podia ser INCONCLUSIVO. Para quem não sabe o que pode ser isso, funciona assim. Ele pode aparecer por dois motivos: Ser início de uma gravidez por isso ser ainda inconclusivo ou ser a quantidade de hormônio admitidos durante o tratamento que pode alterar o resultado do Beta Quantitativo. Liguei para minha médica e ela pediu que eu ficasse calma e aguardasse dois dias e fizesse outra vez o Beta. Calma? Pois é....só Deus para nos dar tranquilidade numa hor dessas.
Pois bem, fiquei sim, calma e inclusive NÃO falei para o Cláudio disso tudo que estava acontecendo. Eu acreditava que ainda podia ser dessa vez.
Para não ter que ir até o ABC pedir uma autorização para fazer um novo Beta, resolvi ir ao Hospital Ana Costa aqui em Santos mesmo, passar por um gineco de plantão e pedir um encaminhamento. A médica que me atendeu foi grossa ao extremo depois que eu contei o que estava acontecendo. Disse que se deu inconclusivo era porque tinha dado negativo e meu orgnismo estava intoxicado de hormônios. Era normal dar esse resultado mesmo e que eu relaxasse, desencucasse que um dia a gravidez viria naturalmente mas já que eu insistia nisso, iria fazer o pedido para o Beta. Imagina só como eu me senti naquele momento, já com os nervos a flor da pele, pois volto a dizer, só sabe quem passa por isso. Saí de lá em prantos. Porque existe pessoas assim? Por sorte, minha mãe estava comigo. Entrei no carro, respirei fundo e disse. Amanhã, vou fazer novamente esse Beta. Ah....eo medo de menstruar nesses dias de angústia. De 2ª até 5ª o temor era incalculável. Toda vez que eu ia ao banheiro só faltava olhar com uma lupa o papel higiênico depois de utilizado para tentar enxergar vestígios de sangue.

3ª ICSI

Julho-2007

Nossa....chorei bastante, me joguei na cama em prantos, toda encolhida....me senti tão frágil....sei lá.....que triste... Doeu bastante o insucesso da 2ª ICSI. Porém o que mais doía era pensar que à noitinha o Cláudio ia chegar e eu ia ter que novamente dar notícia para ele...Chorei até a hora dele chegar e nem foi preciso falar nada. Só nos abraçamos e ficamos ali, juntinhos. Da outra vez, falamos em adoção, mas com a nova tentativa, o assunto ficou meio que adormecido.
A empolgação, a possibilidade, enfim fez com que esse assunto até então fosse colocado de lado. Eu sei que vou ser mãe. Gostaria muito que fosse de um filho gerado por mim. Mas se não for....vamos acostumar, entender e acreditar nessa outra possibilidade. Essa é a minha forma de pensar mas o Cláudio pediu para tentarmos mais uma vez. E eu aceitei !!!
Rumo ao Pan 2007, quer dizer, 3ª ICSI. Bom , os procedimentos prévios acho que já posso pular né?!?...hehehe
Então foi isso...subidas para Santo André para fazer os Ultrassons... todo aquele processo e enfim...
A data da punção: estavam bons 3 folículos. Desses, 2 fertilizaram e fiz a transferência.
Nossa, que emoção. Sair da Fundação depois da transferência é uma sensação muito boa. É como já estivesse grávida com os meus bebezinhos dentro de mim. E é assim que prometi me sentir até o Beta. Já em casa, dessa vez fizemos diferente. Não fiquei na minha mãe e vim direto para minha casa. Por morar num sobrado, meu maridinho levou para o andar de cima, um isopor, forninho, microondas, água e mantimentos...rs. O quarto do futuro bebe virou uma copa....e cada dia antes de sair para o serviço, o Cláudio abastecia com comida, leitinho, frutas, muitas frutas, etc....Por três dias não desci as escadas e só levantava para o banheiro e esquentar minha comida. O restante das coisas ficavam ao meu lado. Os demais dias, até completar uma semana, somente sobe e desce de escada extremamente necessário. E assim acompanhei os Jogos do Pan do Rio inteirinho (foi bem nessa época). Meu quadro de medalhas estava sempre bem atualizado minuto a minuto....huahauhuahua.