terça-feira, 12 de agosto de 2008

UTI NEONATAL

Eu tirava o leite 4 vezes o dia que ele tomava na sondinha- chegou a tomar 18ml a cada 3h (procurava ficar calma pois tinha medo que o leite pudesse secar), esterelizava os potinhos e levava duas vezes ao dia quando ia visitá-lo junto com um pacotinho de fraldas (a visita era de 30 min - 15 para mim e 15 min para o Claudio e às vezes a noite eu dava a minha vez para os avós e tios). TODOS OS DIAS desde seu nascimento eu estava lá do lado do meu bebê. Segurava seu dedinho, fazia muito carinho. Lembro com clareza as vezes que ele dava aquele sorrizinho de lado. Aiii que saudade... Eu e o Cláudio rezamos muito. Não lembro de termos rezado nesses 15 anos juntos alguma vez. A cada fim ou início de uma visita, íamos para a Capela do Hospital, ajoelhávamos e fazíamos nossa oração - o Mateus veio como uma chama para acender nossa fé que estava adormecida.
Choramos muito também .... Mas ao lado dele, procurávamos não fazê-lo. Me lembro de ter chorado ao lado da isolete (encubadora) pouquíssimas vezes. Uma delas foi na primeira vez que o vi e quando já estava num estado bem grave.
Nós íamos vê-lo para cantar (o Cláudio em todas as visistas ficava de joelhos cantando e conversando com ele)...fazer carinho, rezar....

Uma amiga me falou para sempre rezar o Pai Nosso e Ave Maria, fazendo ao final uma cruz em sua testinha. E eu fiz, sempre com uma fé que me fazia acreditar que ele sairia dali, por um milagre divino, mas sairia. No dia do aniversário do Cláudio, eu queria fazer uma surpresa. Pedi para as médicas que deixassem ele pegar nosso filho no colo. Eles autorizaram e para minha felicidade, eu também pude segurá-lo. Ele havia feito 1 mês. Era a 1ª vez que sentia meu filho tão perto depois que saiu da minha barriga. Tremia muito, saímos de lá pisando em nuvens de tanta felicidade. As demais coisas da vida já não tinham tanta importância, tudo era tão pequeno comparado àquele sentimento.
Depois de uns dias, chamamos o padre para ir até lá na UTI e Batizamos o Mateus no Domingo de Ramos. Os padrinhos não puderam entrar, que seriam meus cunhados, o Carlinhos e a Lucinha. Então foi um casal, Rose e César que por obra do destino, na mesma situação que nós, estavam batizando seu filho, O Bernardo que era amiguinho do Mateus. Acabamos virando compadres e amigos até hoje pelo destino não tão esperado.

Nenhum comentário: